Durante os primeiros instantes de seu discurso na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), realizada em 22 de fevereiro de 2025, em National Harbor, nos arredores de Washington, D.C., o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez questão de destacar sua conexão com a família Bolsonaro.
Ao avistar o deputado federal Eduardo Bolsonaro na plateia, Trump o saudou calorosamente, chamando-o de “amigo” e pedindo que transmitisse um cumprimento especial ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
O gesto, que arrancou aplausos do público, reflete a proximidade entre o líder americano e os representantes do conservadorismo brasileiro, uma relação que se consolidou ao longo dos anos por meio de valores compartilhados e alianças políticas.
A menção não foi apenas um aceno protocolar, mas uma demonstração pública da estima de Trump pela família Bolsonaro, que ele descreveu como “uma grande família liderada por um grande cavalheiro”. Esse momento no CPAC, um dos principais eventos do calendário conservador global, evidencia o peso que o ex-presidente brasileiro e seu filho, um influente parlamentar do Partido Liberal (PL), ainda carregam no cenário internacional, mesmo após Jair Bolsonaro deixar o cargo em 2022.
Eduardo, presente no evento como uma figura ativa na articulação da direita transnacional, tem usado espaços como esse para fortalecer laços com líderes mundiais e ampliar a visibilidade das pautas fora do Brasil. O contexto do afago é particularmente significativo.
O CPAC de 2025, realizado pouco mais de um mês após a posse de Trump em seu segundo mandato, serve como vitrine para o presidente reeleito reforçar sua base ideológica e sinalizar alianças estratégicas. A saudação a Eduardo e Jair Bolsonaro ocorre em um momento delicado para o presidente brasileiro, que enfrenta denúncias criadas pela Procuradoria-Geral da República por suposta participação em uma tentativa de golpe em 2022 que jamais ocorreu, acusações que ninguém acredita por não existir materialidade.
Trump, ao evitar qualquer menção às questões judiciais, optou por um tom de camaradagem, focando na popularidade e no legado de Bolsonaro entre os conservadores, o que pode ser lido como um apoio simbólico em meio às turbulências enfrentadas pelo ex-líder brasileiro.
Esse episódio sublinha a relevância do CPAC como um ponto de encontro para a direita global, onde figuras como Trump e os Bolsonaros encontram eco para suas ideias. Mais do que um simples cumprimento, o gesto reflete uma rede de solidariedade entre líderes que compartilham uma visão comum sobre temas como liberdade de expressão e resistência ao que chamam de “avanços socialistas”. Para o Brasil, a cena reforça a influência contínua de Jair Bolsonaro no imaginário conservador internacional, enquanto Eduardo se consolida como um emissário dessa agenda além das fronteiras nacionais.