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A volta de Bolsonaro e a aliança Caiado-Gusttavo Lima: nova direita ou sombra do presidente?

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, anunciou recentemente uma aliança política com o cantor sertanejo Gusttavo Lima, visando às eleições presidenciais de 2026. A oficialização dessa parceria está agendada para o dia 4 de abril, em Salvador, ocasião em que Caiado receberá o título de cidadão baiano.

A estratégia inicial da dupla envolve uma série de viagens pelo país, com o intuito de fortalecer a presença política e engajar eleitores de diversas regiões. Embora a formação da chapa esteja confirmada, a definição sobre quem ocupará a posição de candidato a presidente e a vice-presidência será tomada apenas em 2026, conforme o desempenho nas pesquisas eleitorais.

Gusttavo Lima, que ainda não possui filiação partidária, tem sido sondado por diversas legendas, incluindo o União Brasil, partido de Caiado. Entretanto, até o momento, não há confirmação sobre sua escolha partidária.

A parceria entre Caiado e Gusttavo Lima representa uma tentativa de atrair o eleitorado conservador e ampliar a base de apoio nas próximas eleições.

A aliança entre um político tradicional e um artista de grande popularidade é uma estratégia que visa combinar experiência política com apelo popular, buscando conquistar uma fatia significativa do eleitorado brasileiro. Essa movimentação também reflete a fragmentação e a busca por novas lideranças dentro do espectro político de direita no país, especialmente após a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro até 2030.

A oficialização dessa chapa adiciona uma nova dinâmica ao cenário político brasileiro, indicando uma campanha que promete ser marcada por inovações e pela busca de novas formas de engajamento com o eleitorado. Essa é a direita que tenta criar uma nova linhagem e são os chamados liberais, ou a “direita limpinha”como são chamados.

A direita brasileira tem se diversificado nos últimos anos, com figuras como Ronaldo Caiado, Romeu Zema e Ricardo Salles sendo associadas a uma vertente frequentemente chamada de “direita moderada” ou “direita limpinha”. Esses líderes buscam se distanciar de posturas mais extremas, adotando um discurso liberal e pragmático.

Durante a pandemia de COVID-19, por exemplo, Caiado apoiou medidas restritivas, alinhando-se às recomendações sanitárias de “fechar tudo e ficar em casa”

Bolsonaro voltando para o jogo

No entanto, o cenário político pode sofrer uma reviravolta com a recuperação dos direitos políticos de Jair Messias Bolsonaro, líder carismático da direita brasileira que, mesmo após controvérsias e processos judiciais, mantém uma base de apoio significativa e a maior no país. Sua volta ao cenário eleitoral tem o potencial de redesenhar as alianças e estratégias dentro da direita.

A presença de Bolsonaro no “jogo” político pode levar a uma fragmentação das forças de direita. Lideranças moderadas, que vem ganhando espaço na ausência de Bolsonaro, podem enfrentar desafios ao tentar manter sua relevância e base eleitoral. A capacidade de Bolsonaro de mobilizar multidões e sua influência sobre o eleitorado conservador podem ofuscar outras lideranças, exigindo delas uma reavaliação de suas estratégias políticas.

Além disso, a volta de Bolsonaro pode intensificar as disputas internas dentro da direita, com diferentes grupos competindo por espaço e influência. Aqueles que adotaram uma postura mais moderada podem ser pressionados a se alinhar novamente com a agenda de Bolsonaro ou, alternativamente, buscar consolidar uma identidade própria que os diferencie claramente.

Em suma, a recuperação dos direitos políticos de Jair Bolsonaro representa um fator de mudança significativo no tabuleiro político brasileiro, especialmente para a direita. Lideranças como Caiado, Zema e Salles precisarão navegar com cautela nesse novo contexto, equilibrando suas posições e estratégias para se manterem relevantes diante da forte presença de Bolsonaro e de sua capacidade de mobilização popular.

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