O Palmeiras mais uma vez expressou sua insatisfação com a Conmebol, desta vez em resposta às punições anunciadas contra o Cerro Porteño, após incidentes de racismo em um jogo da Libertadores Sub-20. O clube brasileiro, que viu seus jovens atletas, como o atacante Luighi, serem alvos de ofensas inaceitáveis, considera as medidas da entidade sul-americana insuficientes para enfrentar um problema que persiste no futebol da região.
A indignação do Verdão reflete uma frustração crescente com o que enxergam como uma postura leniente diante de atos que vão além do esporte e tocam em questões sociais profundas.
A Conmebol determinou que o Cerro Porteño pague uma multa de US$ 50 mil (equivalente a cerca de R$ 288 mil, conforme a cotação de março de 2025) e dispute suas próximas partidas da competição de base com portões fechados. Além disso, o clube paraguaio foi instruído a realizar uma campanha de conscientização contra o racismo em suas redes sociais, envolvendo todos os jogadores do elenco Sub-20.
Mas o que mais o Palmeiras queria?
Para o Palmeiras, no entanto, essas sanções não passam de gestos superficiais, incapazes de coibir novos episódios ou de punir com a gravidade que o caso exige. Em comunicado, o clube destacou que as medidas “demonstram a falência de um sistema que não consegue lidar com o rigor necessário” frente a crimes como o racismo.
A posição do Palmeiras não é isolada. O clube já havia enfrentado situações semelhantes com o mesmo adversário em anos anteriores, como em 2022, quando a Conmebol aplicou uma multa de US$ 100 mil ao Cerro Porteño por atos racistas contra torcedores e jogadores alviverdes.
Na visão do Verdão, a reincidência do clube paraguaio só reforça a necessidade de punições mais drásticas, como a exclusão de competições, algo que foi solicitado pela presidente Leila Pereira, mas não atendido pela entidade. A crítica vai além: o Palmeiras promete levar o caso às instâncias máximas do futebol mundial, como a FIFA, em busca de uma resposta que traga mudanças reais.
Esse embate revela um contraste entre a gravidade do ocorrido simbolizada pelo choro de Luighi após o jogo, e a resposta da Conmebol, que, para muitos, parece mais preocupada em manter uma imagem de ação do que em promover justiça efetiva, mas qual seria a justiça? Essa resposta ninguém tem, somente muitas versões.
Ao levantar essa bandeira, o Palmeiras não apenas protege seus atletas, mas também expõe um problema estrutural no futebol sul-americano: a ineficácia de multas brandas e sanções leves na prevenção de episódios discriminatórios. Resta saber se essa pressão levará a mudanças significativas ou se o ciclo de indignação e impunidade continuará, já que o futebol ainda carece de regras e leis rigorosas para punições nesse sentido.