O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, parece estar traçando um caminho inovador para modernizar a frota de veículos utilizada por altos funcionários do governo, voltando seus olhos para a Tesla, empresa liderada pelo magnata Elon Musk.
Essa iniciativa reflete não apenas uma tentativa de alinhar Israel às tendências globais de sustentabilidade e tecnologia avançada, mas também uma possível jogada estratégica em um contexto de relações internacionais e imagem pública. A ideia de equipar autoridades de alto escalão com os icônicos carros elétricos da Tesla sugere uma fusão entre funcionalidade prática e um simbolismo político marcante.
Diferentemente de uma mera aquisição de veículos, a escolha da Tesla pode ser interpretada como um aceno à inovação disruptiva que Musk representa, um líder que já demonstrou proximidade com Netanyahu em ocasiões anteriores.
Em 2023, por exemplo, o premiê israelense e sua esposa, Sara, foram recebidos por Musk em uma visita à fábrica da Tesla na Califórnia, onde experimentaram o ainda não lançado Cybertruck.
Esse encontro, amplamente divulgado, sinalizou uma afinidade que vai além de interesses comerciais, abarcando uma visão compartilhada sobre tecnologia e, talvez, uma resistência a certas pressões ideológicas contemporâneas.
A proposta, que ainda deve passar pelo crivo de um processo formal de licitação, destaca a qualidade dos veículos da Tesla como um fator determinante. Um alto funcionário do governo israelense teria afirmado que a decisão não se curvará a “tendências woke”, enfatizando que “um ótimo carro é um ótimo carro”, uma declaração que ecoa pragmatismo e rejeita debates polarizados sobre a figura de Musk ou sua empresa.
Essa postura pode ser vista como uma tentativa de Netanyahu de projetar uma imagem de liderança firme, focada em resultados tangíveis em vez de narrativas culturais importadas.
Além disso, o movimento ocorre em um momento em que a Tesla enfrenta desafios e oportunidades no cenário global. Com Elon Musk assumindo um papel influente no governo dos EUA sob a administração Trump, a partir de janeiro de 2025, como líder do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), a escolha de Israel por Tesla pode fortalecer laços indiretos com Washington.

Não é segredo que Netanyahu tem cultivado uma relação de apoio mútuo com Musk, que já defendeu publicamente o premiê contra acusações de corrupção, atribuindo-as a um suposto “deep state” israelense.
Se concretizada, essa parceria poderia trazer benefícios práticos significativos, os carros da Tesla, conhecidos por sua autonomia e tecnologia de ponta, atenderiam às necessidades de segurança e mobilidade de altos funcionários, especialmente em um país onde a eficiência logística e a proteção são prioridades constantes.
Dados recentes indicam que o Model S, por exemplo, oferece uma autonomia de cerca de 650 km por carga (conforme especificações da Tesla em 2024), o que seria vantajoso em deslocamentos oficiais.
Em suma, a busca de Netanyahu por integrar a Tesla ao aparato governamental israelense é mais do que uma simples atualização de frota: é uma declaração de intenções. Combina pragmatismo, simbolismo tecnológico e um alinhamento estratégico com um dos empreendedores mais influentes do mundo.
Resta saber se o Congresso israelense aprovará essa visão e como ela será recebida em um cenário político já repleto de tensões e expectativas.