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Mísseis em Kyushu: O Japão Reforça sua Defesa contra China e Coreia do Norte

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O Japão está avançando com um plano estratégico para reforçar sua postura defensiva no sudoeste do país, uma região considerada vital frente às crescentes tensões no Leste Asiático.

A iniciativa prevê a instalação de mísseis de longo alcance na ilha de Kyushu, projetados para alcançar alvos a até mil quilômetros de distância.

Esse alcance coloca tanto a Coreia do Norte quanto áreas costeiras da China dentro de seu raio de ação, marcando uma mudança significativa na política de segurança japonesa, tradicionalmente focada em autodefesa passiva.

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Esse movimento reflete uma resposta direta às dinâmicas regionais em mutação, nos últimos anos, a Coreia do Norte intensificou seus testes de mísseis balísticos, muitos dos quais sobrevoaram o território japonês ou caíram em suas águas territoriais, enquanto a China expandiu sua presença militar no Mar do Sul da China e nas proximidades de Taiwan.

Diante disso, o Japão parece estar recalibrando sua abordagem, buscando não apenas deter ameaças imediatas, mas também estabelecer uma capacidade de dissuasão mais robusta.

A escolha de Kyushu como base para esses mísseis não é aleatória, localizada no extremo sudoeste do arquipélago japonês, a ilha oferece uma posição geográfica estratégica, próxima o suficiente para monitorar atividades no Mar Amarelo e no Estreito de Taiwan, mas distante o suficiente para evitar uma provocação direta, como seria o caso se os mísseis fossem posicionados em Okinawa, mais ao sul.

---/ Bandeira do Japão / Imagem / Reprodução
—/ Bandeira do Japão / Imagem / Reprodução

Essa decisão sugere um equilíbrio calculado entre firmeza militar e cautela diplomática, especialmente em relação a Pequim, que poderia interpretar um posicionamento em Okinawa como uma escalada voltada diretamente contra Taiwan.

A implantação, prevista para 2026, também ocorre em um contexto de incerteza sobre o apoio militar dos Estados Unidos, aliado histórico do Japão. Com mudanças políticas em Washington e um foco americano crescente em outros teatros globais, o governo japonês, sob o comando do primeiro-ministro Shigeru Ishiba, parece estar investindo em maior autonomia defensiva.

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Esse passo é parte de uma estratégia mais ampla, iniciada em 2022, que visa desenvolver o que Tóquio chama de “capacidades de contra-ataque”, um conceito que, embora controverso em um país com uma constituição pacifista, ganhou apoio interno diante das ameaças percebidas.

No entanto, a medida não está isenta de desafios, em Kyushu, comunidades locais têm expressado receios de que a presença de mísseis transforme a região em um alvo potencial em caso de conflito. Esses temores ecoam uma tensão mais profunda no Japão, o desejo de segurança nacional versus a relutância em abandonar sua identidade pacifista pós-guerra.

Enquanto o governo avança, ele terá de navegar tanto pela resistência interna quanto pelas reações externas de vizinhos como China e Coreia do Norte, que certamente verão o movimento como uma provocação.

Em resumo, a alocação de mísseis no sudoeste japonês é mais do que uma mera atualização militar, é um reflexo de um Japão em transição, tentando encontrar seu lugar em um tabuleiro geopolítico cada vez mais instável.

A iniciativa sublinha uma nova disposição de Tóquio para projetar poder além de suas fronteiras imediatas, equilibrando dissuasão e diplomacia em uma região onde o próximo passo de qualquer jogador pode redefinir o equilíbrio de forças.

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