Na manhã de segunda-feira, 28, uma onda de ataques cibernéticos coordenados deixou pelo menos 19 sites de municípios e províncias holandesas fora do ar por várias horas.
O grupo hacker pró-Rússia NoName assumiu a autoria dos ataques de negação de serviço distribuída (DDoS), que consistem em inundar servidores com tráfego excessivo para torná-los inacessíveis.
De acordo com o grupo, o ataque foi desencadeado pelo fornecimento de 6 bilhões de euros em apoio militar dos Países Baixos à Ucrânia, em meio a um cenário de escalada nas tensões entre países ocidentais e a Rússia.
Os ataques, descritos como altamente organizados, afetaram serviços digitais de governos locais, dificultando o acesso de cidadãos a informações e funcionalidades online. Embora nenhum dado sensível tenha sido comprometido, a interrupção gerou transtornos significativos.
Em uma mensagem publicada no Telegram, o NoName justificou a ação como uma resposta direta ao que classificou como “apoio ao regime de Kiev”, prometendo continuar suas operações contra países que auxiliam a Ucrânia. “Chegou a hora de revisitar a Holanda e mostrar as consequências de suas escolhas”, declarou o grupo.
O NoName, conhecido por sua postura alinhada aos interesses russos, tem um histórico de ataques DDoS contra alvos na Europa, Estados Unidos e Ucrânia. Especialistas em cibersegurança, como Lodi Hensen, da Eye Security, destacam que o grupo é um dos mais ativos nesse tipo de ação, frequentemente mirando nações que demonstram suporte à Ucrânia.
Apesar de os ataques serem considerados de baixa sofisticação técnica, seu impacto simbólico é significativo, visando causar frustração e chamar atenção para a causa do grupo.
A ofensiva cibernética levantou preocupações no Parlamento holandês, onde o partido VVD classificou o incidente como um “alerta digital”.
A deputada Queeny Rajkowski enfatizou a necessidade de fortalecer as defesas cibernéticas do país, alertando que a instabilidade global, conforme apontado pela agência de inteligência AIV менш, pode ter reflexos diretos na segurança digital holandesa.
Autoridades locais, como Sebastiaan Quekel, porta-voz da província de Noord-Holland, confirmaram que a maioria dos sites já foi restaurada, mas algumas páginas permanecem instáveis, e esforços para mitigar os danos continuam.
O incidente reforça o papel da guerra cibernética como ferramenta de retaliação política no conflito entre Rússia e Ucrânia. Para os Países Baixos, que vêm desempenhando um papel proeminente no suporte militar a Kiev, os ataques expõem a fragilidade das infraestruturas digitais públicas e a necessidade urgente de reforçar sistemas de segurança cibernética.
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