A jovem atriz Rachel Zegler, escolhida para dar vida à Branca de Neve no recente live-action da Disney, tornou-se o centro de uma controvérsia que muitos associam ao desempenho decepcionante do filme nas bilheterias.
O foco do descontentamento não está exatamente em sua atuação, mas nas opiniões que ela expressou sobre a animação original de 1937, um marco na história do estúdio.
Em várias entrevistas, Zegler descreveu o clássico como “ultrapassado”, apontando elementos que, segundo ela, não dialogam com os valores de hoje.
Entre os aspectos que destacou estão a passividade da protagonista e a cena do beijo do príncipe enquanto Branca de Neve permanece desacordada, que ela questionou por sugerir uma dinâmica incompatível com noções contemporâneas de consentimento e autonomia.
Essa postura gerou reações intensas, para alguns, as críticas de Zegler soaram como um ataque a um legado cultural querido por gerações, enquanto outros viram nelas uma tentativa válida de reinterpretar a história sob uma lente moderna.
A atriz argumentou que a Branca de Neve do novo filme deveria ser mais independente, menos definida por sua espera por um salvador, nesse caso, Zegler deveria reescrever a história de Branca de Neve dela.
Contudo, essa visão, embora alinhada com debates atuais sobre representatividade, parece ter afastado parte do público que esperava uma adaptação mais fiel ao espírito da obra original.
O resultado nas bilheterias, com uma arrecadação global de cerca de 145 milhões de dólares contra um orçamento estimado em 270 milhões, segundo dados amplamente discutidos na imprensa, sugere que o filme não conquistou a audiência esperada.
A polêmica em torno de Zegler vai além de um simples choque de expectativas, suas declarações reacenderam discussões sobre como adaptar contos clássicos para o presente sem perder sua essência.
Enquanto a animação de 1937 apresentava uma Branca de Neve moldada pelos ideais de sua época, o live-action buscou uma heroína mais ativa, mas o tom crítico da atriz ao abordar o original pode ter amplificado a percepção de desconexão com os fãs.
Assim, o que era para ser uma celebração de um ícone da Disney transformou-se em um ponto de tensão, com Zegler no epicentro de um debate que mistura nostalgia, modernização e o peso das palavras em uma era de alta visibilidade.