Conselheiro de Secretário de Defesa é afastado do Pentágono em meio a investigação sobre vazamentos
Um importante assessor do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, foi escoltado para fora do Pentágono e colocado em licença administrativa após ser apontado em uma investigação sobre vazamentos de informações sensíveis no Departamento de Defesa.
A medida, confirmada por uma autoridade americana à agência Reuters hoje (15), intensifica o escrutínio sobre a gestão de Hegseth, que já enfrenta críticas por episódios anteriores envolvendo o compartilhamento inadequado de dados confidenciais.
Dan Caldwell, identificado como o conselheiro em questão, foi afastado enquanto as autoridades apuram sua possível ligação com a divulgação não autorizada de informações classificadas.
A investigação, iniciada em março de 2025, foi ordenada pelo próprio Hegseth após uma série de vazamentos que comprometeram a segurança de operações militares, incluindo detalhes de ataques contra rebeldes Houthi no Iêmen.
Um memorando assinado pelo chefe de gabinete do Pentágono, Joe Kasper, determinou que a Diretoria de Inteligência de Defesa conduzisse a apuração, com a possibilidade de uso de testes de polígrafo para identificar os responsáveis, conforme permitido por lei.
A saída de Caldwell ocorre em um momento delicado para o secretário de Defesa, cuja nomeação já foi marcada por controvérsias. Hegseth, ex-apresentador da Fox News e veterano militar, assumiu o comando do Pentágono em janeiro de 2025, prometendo reformas profundas e uma postura mais nacionalista.
Contudo, sua liderança tem sido questionada após revelações de que ele próprio compartilhou informações sensíveis em um grupo de mensagens no aplicativo Signal, incluindo planos de operações no Iêmen, conforme reportado pela revista The Atlantic.
Embora Hegseth tenha negado que o material fosse confidencial, o episódio gerou críticas de congressistas democratas e até de alguns republicanos, que cobram maior rigor na proteção de dados estratégicos.
Analistas apontam que o caso Caldwell pode agravar a percepção de instabilidade no Departamento de Defesa. “A sequência de incidentes sugere dificuldades na manutenção da disciplina e da segurança das informações em um órgão tão crítico”, avalia Laura Bennett, especialista em políticas de defesa da Universidade de Georgetown.
Ela destaca que a investigação em curso será crucial para determinar se há falhas sistêmicas ou se os problemas estão restritos a indivíduos específicos.
O Pentágono ainda não divulgou detalhes adicionais sobre as acusações contra Caldwell ou o andamento da apuração. Em comunicado, o porta-voz Sean Parnell afirmou que o Departamento de Defesa está comprometido em identificar e responsabilizar os responsáveis por qualquer violação de segurança, reiterando a prioridade de proteger informações que possam colocar em risco militares americanos.
O incidente também levanta questões sobre o impacto político para o governo de Donald Trump, que tem defendido Hegseth como um líder capaz de modernizar as Forças Armadas.
Com o Senado já dividido durante a confirmação do secretário, novos desdobramentos podem reacender debates sobre sua capacidade de gerenciar o maior orçamento militar do mundo, estimado em 850 bilhões de dólares anuais.
Fontes: Memorando do Departamento de Defesa Americano