O fundador da ByteDance, Zhang Yiming, alcançou um marco impressionante ao se tornar o indivíduo mais rico da China, com uma fortuna pessoal que ronda os US$ 60 bilhões. Esse valor, destacado em rankings recentes como o Bloomberg Billionaires Index, reflete o sucesso estrondoso de sua empresa, que deu origem ao fenômeno global TikTok.
Aos 41 anos, Yiming ultrapassou nomes tradicionais do cenário bilionário chinês, como Zhong Shanshan, da Nongfu Spring, e Ma Huateng, da Tencent, em uma ascensão que simboliza o poder da tecnologia e da inovação na redefinição da riqueza no país.
A trajetória de Yiming começou de forma modesta, em 2012, quando ele lançou a ByteDance a partir de um apartamento em Pequim. Sua visão era clara: usar inteligência artificial para personalizar conteúdo digital, algo que se materializou primeiro com o aplicativo de notícias Toutiao e, mais tarde, com o TikTok, lançado em 2016.
Hoje, o TikTok conta com mais de 1 bilhão de usuários ativos mensais em todo o mundo, um número que evidencia seu alcance cultural e comercial. Em 2024, a ByteDance registrou um crescimento de receita de 30%, atingindo US$ 110 bilhões, segundo estimativas amplamente divulgadas, o que impulsionou a fortuna de Yiming, dono de aproximadamente 21% da companhia.
O que torna essa conquista ainda mais notável é o contexto em que ela ocorre, enquanto a China viu seu número de bilionários diminuir em um terço desde 2021, devido a uma economia em desaceleração e regulações mais rígidas sobre o setor privado, Yiming navegou contra a maré.
Diferente de outros magnatas chineses, cujo sucesso muitas vezes está atrelado ao mercado interno, ele construiu uma empresa com apelo global, desafiando barreiras culturais e regulatórias, incluindo pressões nos Estados Unidos, onde o TikTok enfrenta ameaças de banimento.

Sua decisão de se mudar para Singapura e se afastar da gestão diária da ByteDance em 2021 também reflete uma estratégia de se posicionar como um empreendedor internacional, distante das tensões políticas domésticas.
A fortuna de US$ 60 bilhões não é apenas um número; ela representa uma mudança geracional na elite econômica da China. Yiming, com sua abordagem discreta e foco em tecnologia, contrasta com os bilionários mais tradicionais, ligados a indústrias como manufatura ou imobiliário.
Seu sucesso levanta questões sobre o futuro da riqueza no país: será que o modelo de inovação digital, voltado para o exterior, é o novo caminho para a prosperidade em uma nação historicamente marcada pelo controle estatal? Para os críticos, sua ascensão também expõe paradoxos, como um aplicativo acusado de ser uma ferramenta do Partido Comunista Chinês pode enriquecer tanto um indivíduo em um sistema supostamente igualitário?
Ainda assim, o impacto de Zhang Yiming vai além dos cifrões, ele transformou a maneira como o mundo consome entretenimento e informação, provando que uma ideia bem executada pode superar até os maiores obstáculos geopolíticos. Sua posição como o mais rico da China, com cerca de US$ 60 bilhões, é tanto um testemunho de sua genialidade quanto um lembrete de que, no século XXI, a riqueza muitas vezes nasce onde a tecnologia encontra a audácia.