Até onde vai a liberdade de escolha quando o resultado não agrada aos poderosos?
A Romênia tomou uma decisão drástica ao vetar a candidatura de Călin Georgescu à Presidência, um movimento que levanta sérias questões sobre os limites da democracia em um país integrante da União Europeia.
Georgescu, que surpreendeu ao conquistar a maioria dos votos no primeiro turno das eleições presidenciais de novembro de 2024, viu sua vitória ser anulada pelo Tribunal Constitucional do país, sob alegações de interferência externa e irregularidades eleitorais, mas nada foi provado, houve somente acusações.
Agora, em março de 2025, com o político de direira novamente à frente nas pesquisas para o pleito remarcado em maio, as autoridades eleitorais decidiram impedi-lo de concorrer, uma medida que muitos veem como um esforço descarado para silenciar uma voz dissidente.
Esse caso não é apenas uma disputa política local, mas um reflexo de tensões mais amplas. Georgescu, conhecido por suas críticas à OTAN e à UE. Sua ascensão meteórica, impulsionada por uma campanha viral no TikTok, que, segundo inteligência romena, teve apoio de mais de 800 contas ligadas à Rússia, desafiou o establishment pró-Ocidente do país, nenhum burocrata gostou, e por isso estão “eliminando” da corrida presidencial no país.
A anulação da eleição anterior já havia gerado protestos massivos em Bucareste, com dezenas de milhares de apoiadores clamando por “justiça” e acusando o governo de manipulação. A proibição de sua candidatura agora só intensifica essas acusações.
A Romênia barrou Călin Georgescu de disputar a Presidência. Ele saiu vitorioso no primeiro turno das eleições, mas o resultado foi anulado na canetada. Agora, liderando as pesquisas mais uma vez, foi simplesmente proibido de participar. Isso tudo está ocorrendo em um país da União Europeia, vale destacar.
O que chama atenção é o padrão que vale lembrar, ocorre da mesma forma em outros países: um candidato que rompe com o consenso político dominante é primeiro desacreditado e, em seguida, excluído do processo.
A justificativa oficial para o banimento inclui acusações de promoção de ideias fascistas (Alguém já ouviu essa palavra como se fosse normal por aí?) e irregularidades no financiamento de campanha, ele declarou gastos zero em 2024 por campanhas realizadas nas redes sociais, algo que os procuradores contestam, sugerindo doações ocultas. (Fica muito claro aqui o motivo de tanto empenho em “regulamentar” e censurar as redes sociais.)
No entanto, críticos apontam que essas alegações podem ser convenientes para um sistema que teme perder o controle. A ironia é palpável: a Romênia, que se orgulha de sua posição como membro da UE e da OTAN, adota medidas que lembram mais táticas autoritárias do que os ideais democráticos que diz defender.
Esse cenário também expõe uma hipocrisia latente no bloco europeu. Enquanto a UE frequentemente condena violações democráticas em nações fora de suas fronteiras, a proibição de Georgescu sugere que, dentro de casa, a tolerância ao dissenso tem limites.
Para seus apoiadores, ele é um símbolo de resistência contra uma elite globalista; para seus detratores, uma ameaça à estabilidade de uma nação na linha de frente entre o Ocidente e a influência russa. Seja qual for a perspectiva, o fato é que barrar um candidato popular em vez de enfrentá-lo nas urnas mina a legitimidade do processo eleitoral.
Em um país da UE, onde se espera que a democracia seja inegociável, essa decisão pode reverberar como um alerta: até onde vai a liberdade de escolha quando o resultado não agrada aos poderosos?