Tropas dos Estados Unidos e do Reino Unido realizaram uma ação militar coordenada contra bases dos rebeldes Houthi no Iêmen, intensificando os esforços para frear as atividades do grupo na região.
O ataque, que visou alvos estratégicos ligados à infraestrutura militar dos Houthi, foi uma resposta aos contínuos ataques do grupo contra navios comerciais e militares no Mar Vermelho, que têm ameaçado a segurança de uma das rotas marítimas mais importantes do mundo.
A operação, segundo fontes militares, envolveu ataques aéreos precisos contra depósitos de armas, sistemas de radar e locais de lançamento de drones e mísseis balísticos na região oeste do Iêmen, incluindo áreas próximas à capital Sanaa.
Esses alvos são usados pelos Houthi, que contam com apoio do Irã, para lançar ofensivas que, desde outubro de 2023, já atingiram mais de 100 embarcações, segundo estimativas do Pentágono. Os Houthi defendem suas ações como um gesto de apoio aos palestinos, demandando o fim dos conflitos em Gaza e a retirada do embargo imposto por Israel à área.
Embora os detalhes da operação permaneçam limitados, a ação conjunta destaca a cooperação contínua entre Washington e Londres na Operação Prosperity Guardian, uma coalizão multinacional iniciada em 2023 para proteger a navegação no Mar Vermelho.
Diferentemente de operações anteriores, que sob a administração Biden priorizavam alvos móveis para evitar baixas civis, a abordagem atual, sob o presidente Donald Trump, tem sido mais agressiva, com ataques em áreas urbanas e contra figuras de liderança Houthi, conforme analistas. Essa mudança levanta preocupações sobre possíveis vítimas civis, especialmente após relatos de ataques em Sanaa que danificaram áreas residenciais.
Os Houthi, por sua vez, prometeram intensificar suas ações em resposta. Em comunicado, um porta-voz do grupo afirmou que os ataques “não enfraquecerão nossa determinação” e ameaçou retaliar contra qualquer nação envolvida nas operações.
A intensificação do conflito surge em um período crítico, com o Iêmen sofrendo os efeitos de uma guerra civil de dez anos, que colocou milhões de pessoas em condições de fome, conforme relatórios da ONU.
Para os Estados Unidos e o Reino Unido, a operação reforça o compromisso de restaurar a livre navegação e enviar um recado ao Irã, principal apoiador dos Houthi.
No entanto, a intensificação dos bombardeios, que já consumiram cerca de 200 milhões de dólares em munições desde março, conforme estimativas do Pentágono, enfrenta críticas por sua eficácia limitada. Especialistas apontam que a resiliência dos Houthi, que reforçam bunkers subterrâneos e escondem arsenais, dificulta a interrupção de suas capacidades militares.
À medida que a aliança encabeçada por EUA e Reino Unido tenta neutralizar a ameaça dos Houthi, o confronto revela a dificuldade de conciliar objetivos estratégicos com os impactos humanitários em uma região assolada por turbulências. A comunidade internacional, incluindo aliados europeus, observa com cautela, temendo que a escalada possa agravar as tensões no Oriente Médio.
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