Hugo Motta, inicia a semana com um desafio político delicado em Brasília, o encontro agendado para o dia 1º de abril com os líderes dos partidos na Câmara marca o primeiro passo concreto de sua gestão para enfrentar uma das questões mais polarizadoras do momento: o PL da Anistia, que propõe perdoar os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.
Aos 35 anos, o mais jovem presidente da Câmara na história recente, Motta assume a tarefa de mediar um debate que coloca em lados opostos o Partido Liberal (PL), entusiasta da proposta, e legendas como o PT, que rejeitam qualquer possibilidade de votação, o PL (Partido Liberal) calcula que já tem mais de 300 votos para a aprovação do PL da Anistia.
O PL da Anistia não é apenas uma questão jurídica, mas um símbolo das tensões entre a oposição, que vê na medida uma chance de aliviar a pressão sobre seus aliados, e o governo, que teme os impactos institucionais de um eventual perdão.
Motta, cuja eleição em fevereiro contou com o apoio de uma coalizão ampla incluindo tanto o PL quanto o PT, agora precisa demonstrar habilidade para manter o equilíbrio entre esses polos.
Sua postura, até o momento, sugere cautela: ele já indicou a aliados que não pretende ceder a pressões precipitadas, preferindo conduzir o assunto com serenidade e diálogo.
O encontro desta terça-feira não promete decisões imediatas, mas será um termômetro para medir o peso político da proposta.
Líderes do PL, como Sóstenes Cavalcante, chegam ao debate com a confiança de quem acredita ter apoio suficiente para forçar a pauta, enquanto o governo, representado por figuras como José Guimarães (PT-CE), aposta na articulação para evitar que o projeto avance.
Para Motta, o desafio vai além de apaziguar as bancadas: trata-se de definir o tom de sua liderança em um Congresso fragmentado, onde cada movimento é observado por aliados, adversários e pelo Judiciário.