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A União Europeia (UE) abriu caminho para uma revolução no design dos smartphones ao esclarecer que a Apple tem permissão para lançar um iPhone sem qualquer entrada física para carregamento.
Essa decisão flexível da legislação do bloco, pode marcar o início de uma era em que os cabos de carregamento se tornem relíquias do passado, substituídos por tecnologias sem fio como o MagSafe. Longe de ser apenas uma questão técnica, essa possibilidade levanta debates sobre inovação, conveniência para os usuários e as estratégias de mercado da gigante de Cupertino.
A base para essa permissão está na Diretiva de Carregadores Comuns da UE, implementada para padronizar o carregamento com fio e reduzir o desperdício eletrônico. A legislação exige que dispositivos com portas de carregamento físico utilizem o padrão USB-C a partir de 2024.
No entanto, um detalhe crucial foi confirmado por Federica Miccoli, porta-voz da Comissão Europeia responsável pelo mercado interno e estratégia industrial: equipamentos que dependem exclusivamente de carregamento sem fio estão isentos dessa obrigatoriedade.
Em outras palavras, um iPhone sem portas, que utilize apenas tecnologias como o MagSafe, seria perfeitamente legal no mercado europeu
Essa brecha na regulamentação não é novidade para os observadores da indústria, há anos, rumores sugerem que a Apple planeja um futuro sem portas para seus dispositivos, uma visão que ganhou força com a introdução do MagSafe em 2020.
Esse sistema de carregamento sem fio, baseado em ímãs que alinham o dispositivo a um carregador, já é compatível com o padrão Qi2, amplamente adotado pela indústria. Diferentemente do Lightning, que era exclusivo da Apple, o MagSafe foi compartilhado com o Wireless Power Consortium, o que evita conflitos com as metas da UE de harmonizar tecnologias de carregamento.
A decisão da Apple de abandonar planos para um iPhone 17 Air sem portas, conforme relatado por Mark Gurman da Bloomberg em março de 2025, não foi motivada por restrições legais da UE, mas por outras considerações internas, possivelmente limitações técnicas ou receios sobre a aceitação pelo público.
Ainda assim, a confirmação da UE reacende a possibilidade de que a empresa retome essa ambição em modelos futuros, como o iPhone 18 ou além. Um dispositivo sem portas poderia oferecer vantagens como maior resistência à água e poeira, além de um design mais elegante e minimalista, algo que ecoa a filosofia de Jony Ive, ex-chefe de design da Apple.
Por outro lado, a mudança para um iPhone completamente sem fio enfrenta obstáculos. O carregamento sem fio, apesar de prático, ainda é mais lento do que as alternativas com cabo, pelo menos no caso da Apple, já que os Xiaomi estão bem à frente nessa tecnologia.
O USB-C pode fornecer até 240 watts, enquanto o MagSafe da Apple está restrito a 15 watts em sua versão atual, e a tecnologia da Xiaomi já supera os 60 watts no carregamento sem fio.
Além disso, a transferência de dados, essencial para todos os usuários que dependem de conexões físicas para arquivos grandes, ficaria restrita a soluções sem fio, que nem sempre são confiáveis em áreas com conectividade limitada. Surge então a dúvida: a Apple estaria pronta para abrir mão de funcionalidade em prol do design, ou será que inovações tecnológicas próximas eliminarão essas deficiências? Acreditamos que já exista uma tecnologia capaz de superar essa questão.
Do ponto de vista do consumidor, a mudança pode ser um divisor de águas, imagine um mundo onde o ritual de procurar cabos compatíveis é substituído por uma simples aproximação a um carregador magnético.
No entanto, críticos apontam que isso também pode reforçar o ecossistema fechado da Apple, incentivando a compra de acessórios proprietários como carregadores MagSafe, que custam significativamente mais do que cabos genéricos USB-C.
A UE, ciente disso, já sinalizou que monitorará o mercado de carregamento sem fio para evitar fragmentação e proteger os consumidores, mas ainda não há regulamentação específica nesse campo.
O impacto ambiental também merece atenção, a UE estima que a padronização do USB-C economizará aos consumidores cerca de 250 milhões de euros anuais ao reduzir a necessidade de múltiplos carregadores. Um iPhone sem portas poderia amplificar esse benefício ao eliminar cabos obsoletos, mas apenas se o carregamento sem fio se tornar universal e acessível.
Caso contrário, o risco é criar uma nova onda de resíduos eletrônicos, com consumidores descartando carregadores antigos para adotar os novos padrões da Apple.
Em última análise, a permissão da UE para um iPhone sem entrada de carregamento não é apenas uma vitória técnica para a Apple, mas um convite à reflexão sobre o futuro da tecnologia móvel.
Será essa a próxima evolução natural dos smartphones, ou apenas um experimento audacioso que testará os limites da paciência dos usuários? Enquanto a Apple pondera seus próximos passos, o mercado e os consumidores aguardam para ver se o futuro será, de fato, sem fios, ou se os cabos ainda têm um papel a desempenhar nessa história, de qualquer forma, um cabo será necessário, ou algo surpreendente vem aí.
