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Israel Katz Propõe Saída Voluntária de Gaza Enquanto Expande Controle Israelense

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No domingo, 23 de março de 2025, o Ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, revelou que o gabinete de segurança do país deu sinal verde para a criação de um novo setor dentro do Ministério da Defesa, dedicado a organizar a saída voluntária de moradores de Gaza para outras nações.

Esse anúncio veio logo após Katz declarar, na sexta-feira anterior, que o Hamas enfrentaria consequências territoriais severas caso persistisse em sua recusa em libertar reféns israelenses. Ele afirmou que, a cada dia de resistência do grupo, mais áreas de Gaza seriam incorporadas ao controle israelense, ampliando a chamada “zona de proteção” de Israel na região.

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A iniciativa do novo departamento surge em um contexto de crescente pressão militar e política sobre Gaza, refletindo uma estratégia dupla de Katz, intensificar a presença israelense no território enquanto oferece uma alternativa para os residentes que desejem deixá-lo.

Diferente de uma política de deslocamento forçado, o plano é apresentado como uma opção para aqueles que, por vontade própria, buscam recomeçar em outros países

Katz destacou que o projeto será conduzido em conformidade com as leis israelenses e internacionais, uma afirmação que provavelmente será escrutinada por observadores globais, dado o histórico de tensões e acusações de violações de direitos humanos na região.

A declaração de sexta-feira, na qual Katz ameaçou anexar mais terras de Gaza, sinaliza uma abordagem agressiva contra o Hamas, grupo que controla o enclave desde 2007 e mantém dezenas de reféns capturados em 7 de outubro de 2023, durante o ataque que desencadeou a atual guerra.

---/ Ataque Israelense em Gaza / Imagem Reprodução / X
—/ Ataque Israelense em Gaza / Imagem Reprodução / X

“O Hamas está brincando com o futuro de Gaza”, disse Katz, sugerindo que a perda de território seria uma resposta direta à intransigência do grupo. Essa retórica ecoa promessas anteriores de líderes israelenses de desmantelar a influência do Hamas, mas adiciona uma camada nova ao vincular o controle territorial a um projeto de emigração.

O plano de Katz também parece alinhado com propostas recentes do presidente dos EUA, Donald Trump, que, desde sua posse em janeiro de 2025, defendeu abertamente a ideia de transferir a população de Gaza para “terceiros países” como parte de uma visão para transformar o enclave em uma espécie de “Riviera do Oriente Médio”.

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Embora Trump tenha enfrentado críticas internacionais por sugerir tal deslocamento, Katz abraçou a ideia, adaptando-a para enfatizar o caráter voluntário. Ele já havia, em fevereiro, orientado as Forças de Defesa de Israel (FDI) a preparar logística para saídas por terra, mar e ar, um esforço agora formalizado com a aprovação do gabinete.

Para os moradores de Gaza, a proposta chega em um momento de devastação, após mais de 17 meses de conflito, o território enfrenta uma crise humanitária sem precedentes, com mais de 46 mil mortos, segundo o Ministério da Saúde local, e grande parte de sua infraestrutura reduzida a escombros.

A perspectiva de emigração pode atrair alguns que veem poucas opções de reconstrução ou segurança, mas também levanta questões sobre a viabilidade e os destinos potenciais. Países como Egito e Jordânia já rejeitaram receber grandes números de palestinos, enquanto nações ocidentais críticas a Israel, como Espanha e Irlanda, foram desafiadas por Katz a aceitar imigrantes como prova de coerência com suas posturas humanitárias.

Esse movimento de Katz reflete uma visão estratégica que combina pressão militar com uma saída negociada para a população civil, mas não sem controvérsias. Enquanto o ministro apresenta a emigração como uma escolha livre, críticos podem argumentar que as condições em Gaza agravadas por bombardeios, bloqueios e colapso econômico, tornam a “voluntariedade” um conceito relativo.

Além disso, a anexação progressiva de território pode ser vista como uma tentativa de alterar permanentemente a demografia e os limites de Gaza, desafiando resoluções da ONU que reconhecem a soberania palestina. Assim, o novo departamento não é apenas uma ferramenta administrativa, mas um símbolo de uma política que redefine o conflito em termos ousados e polarizantes.

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