Na sexta-feira, (11), uma decisão judicial em Jena, Louisiana, marcou um novo capítulo na controvérsia envolvendo Mahmoud Khalil, estudante de pós-graduação da Universidade de Columbia e ativista palestino.
A juíza de imigração Jamee Comans autorizou o governo do presidente Donald Trump a avançar com o processo de deportação contra Khalil, detido em Nova York em 8 de março.
A medida, baseada em uma determinação do secretário de Estado Marco Rubio, alega que a presença do ativista nos Estados Unidos representa potenciais riscos à política externa do país, conforme noticiado pela Reuters.
Khalil, de 30 anos, é residente permanente legal nos EUA e tornou-se figura proeminente nos protestos pró-palestinos que agitaram o campus da Columbia em 2024. Sua prisão, que ocorreu em seu apartamento universitário, foi a primeira de uma série prometida pela administração Trump contra estudantes acusados de atividades consideradas antissemitas ou contrárias aos interesses americanos.
Rubio, em um memorando apresentado ao tribunal, argumentou que as ações de Khalil contribuíram para um ambiente hostil aos estudantes judeus, embora não tenha apontado infrações criminais específicas.
A defesa do ativista, liderada pelo advogado Marc Van Der Hout, classificou a decisão como uma tentativa de silenciar vozes dissidentes. Em coletiva de imprensa, a equipe jurídica afirmou que a medida viola os direitos constitucionais de Khalil, especialmente à liberdade de expressão, garantida pela Primeira Emenda.
Eles planejam recorrer da decisão até 23 de abril, prazo estipulado pela juíza para solicitar a suspensão da ordem de deportação. Além disso, um processo paralelo em um tribunal federal de Nova Jersey questiona a legalidade da prisão, o que pode impedir a remoção imediata de Khalil do país, conforme informado pelo The Washington Post.
O caso ganhou ampla repercussão.
Manifestantes em Nova York, apoiados por organizações como a União Americana pelas Liberdades Civis, condenaram a detenção, enquanto críticos, incluindo a Associação de Ex-Alunos Judeus de Columbia, acusam Khalil de promover discursos que ameaçam a segurança no campus.
A esposa do ativista, Noor Abdalla, grávida de nove meses, descreveu o marido como um defensor pacífico dos direitos palestinos, pedindo sua libertação em um comunicado lido durante uma manifestação.
A situação expõe um dilema maior: o equilíbrio entre segurança nacional e liberdades individuais. A administração Trump, ao invocar uma lei de 1952 que permite deportações por razões de política externa, sinaliza uma postura rígida contra o ativismo e antissemitismo.