“Essa cervejinha do Lula pode acabar custando um preço alto de vez em quando.”
Maria Ribeiro, atriz e escritora brasileira conhecida por trabalhos como Tropa de Elite, enfrentou um episódio traumático em São Paulo que expôs as camadas de vulnerabilidade enfrentadas por cidadãos em grandes centros urbanos. Na madrugada de sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025, ela foi vítima de um assalto que resultou na perda de seu celular, um dispositivo que, por estar desbloqueado, abriu caminho para um prejuízo financeiro muito maior: R$ 30 mil foram retirados de sua conta bancária em poucas horas.
O caso, relatado pela própria Maria em suas redes sociais no dia seguinte, reflete não apenas a audácia da criminalidade, mas também a fragilidade de sistemas que deveriam garantir segurança, tanto nas ruas quanto no ambiente digital.
Por volta de 1h da manhã, Maria teve o celular roubado em uma ação rápida, que ela descreveu como digna de “atletas olímpicos” pela agilidade dos criminosos. Após o susto, ela agiu imediatamente, bloqueando cartões e acessos com a ajuda de amigos, acreditando que havia contido o dano.
No entanto, ao meio-dia de sábado, 22 de fevereiro, uma ligação do banco onde mantém conta há três décadas revelou o rombo financeiro. O prejuízo, segundo ela, vai além do valor monetário. “Me sinto desprotegida em tantos níveis: pela cidade, pelo banco, pelo sistema”, desabafou, apontando para uma sensação de abandono que ressoa com muitos que já passaram por situações semelhantes.
O que torna essa história particularmente impactante é a crítica que Maria tece ao funcionamento das instituições. Ela questiona a utilidade de ferramentas como biometria, amplamente vendidas como escudos contra fraudes, quando, na prática, não impediram o acesso à sua conta.
A promessa do banco de “abrir uma contestação” soou a ela como uma resposta insuficiente, quase burocrática, diante do abalo psicológico causado pelo incidente. “Também quero abrir uma contestação ou talvez um processo que leve em conta o dano de se sentir tão exposta”, afirmou, destacando como a violência urbana e a insegurança financeira se entrelaçam em um ciclo de impotência.
Esse caso ilumina uma realidade dura: em São Paulo, uma metrópole pulsante, a sofisticação do crime muitas vezes supera as medidas de proteção disponíveis.
Criminosos disfarçados com mochilas de entregadores, como relatado por Maria, mostram um planejamento que explora a rotina da cidade. Enquanto isso, a vítima, mesmo sendo uma figura pública, se vê reduzida a “mais uma” em meio a estatísticas de roubos e golpes.
No entanto, ela faz questão de afirmar sua individualidade: “Eu sei que todo mundo passa por isso, mas eu sou essa uma”. É um grito por reconhecimento, não só de sua dor, mas de uma falha coletiva que precisa ser enfrentada.
A experiência de Maria Ribeiro não é isolada, mas sua voz traz uma perspectiva renovada ao debate sobre segurança e responsabilidade. Ela não se limita a lamentar o ocorrido; provoca reflexão sobre o quanto a sociedade aceitou normalizar esses traumas e o quanto as instituições sejam elas públicas ou privadas falham em oferecer amparo real. Seu relato, carregado de indignação e vulnerabilidade, é um convite para repensar como lidamos com a violência que permeia o cotidiano e os sistemas que, em teoria, deveriam nos proteger.