Ex-agente da CIA reacende polêmica: teria Hitler escapado para a Argentina após a Segunda Guerra?
A narrativa de que Adolf Hitler teria se suicidado em um bunker em Berlim, em 30 de abril de 1945, ao lado de Eva Braun, é amplamente aceita até pouco tempo como o desfecho da vida do líder nazista.
No entanto, novas alegações de um ex-agente da CIA, Bob Baer, trazem à tona uma teoria que desafia a história oficial: Hitler teria forjado sua morte e fugido para a Argentina, onde poderia ter dado continuidade a planos para um suposto Quarto Reich. Com 21 anos de experiência na agência americana, Baer defende que evidências prestes a serem reveladas podem obrigar o mundo a reconsiderar o destino do ditador.
Baer baseia suas afirmações em documentos desclassificados da CIA, relatos de testemunhas e achados arqueológicos na Argentina. Um relatório de 1955, menciona um ex-soldado da SS, Phillip Citroen, que alegou ter encontrado Adolf Hitler na Colômbia, vivendo sob o nome de “Adolf Schrittelmayor”.
Citroen apresentou uma foto ao lado de um homem que dizia ser o líder nazista, afirmando que ele se mudou para a Argentina no início daquele ano. Embora a CIA tenha encerrado a investigação por falta de provas concretas, Baer argumenta que a agência levou a possibilidade a sério por quase uma década após o fim da guerra.
Outro ponto destacado pelo ex-agente é um sítio em Misiones, na Argentina, onde moedas alemãs da era nazista e estruturas sofisticadas foram descobertas. “Aquele lugar seria perfeito para esconder alguém como Hitler”, afirmou Baer em uma entrevista ao Daily Mail.
Ele também aguarda a liberação de arquivos secretos argentinos, autorizada pelo presidente Javier Milei, que podem revelar detalhes sobre a proteção oferecida a nazistas foragidos pelo governo de Juan Perón. Estima-se que cerca de 9 mil criminosos de guerra nazistas tenham escapado para a América do Sul após 1945, utilizando rotas clandestinas conhecidas como “ratlines”. Figuras como Adolf Eichmann, capturado em Buenos Aires em 1960, comprovam a existência dessas redes.
A teoria de Baer vai além da sobrevivência de Hitler, ele sugere que o líder nazista poderia estar envolvido em planos para um Quarto Reich, uma continuação ideológica do nazismo em solo sul-americano. Essa ideia, embora especulativa, ganha força com relatos de comunidades alemãs isoladas na Argentina e no Paraguai, onde ex-nazistas teriam se estabelecido.
O jornalista argentino Abel Basti, autor de Tras los pasos de Hitler, defende que o ditador viveu na Patagônia até os anos 1960, amparado por aliados locais. Basti cita testemunhas que alegam ter servido Hitler, mas suas alegações carecem de documentos sólidos.
Por outro lado, a versão oficial da morte de Hitler é sustentada por evidências mais robustas, testemunhas no bunker, incluindo membros de sua equipe, confirmaram o suicídio. Exames de registros dentários conduzidos por soviéticos em 1945 e a preservação de fragmentos de crânio em Moscou reforçam essa conclusão.
Historiadores como Ian Kershaw, em sua biografia Hitler, argumentam que as teorias de fuga são alimentadas por especulação e carecem de credibilidade. “A ideia de Hitler vivendo na Argentina é fascinante, mas improvável”, escreveu Kershaw.
Apesar das evidências contra, a persistência de relatos como os de Baer mantém o debate vivo, a abertura dos arquivos argentinos pode oferecer novas pistas, mas é improvável que ponha fim às especulações. Para Baer, a investigação da CIA na década de 1950 demonstra que o governo americano considerava a sobrevivência de Hitler uma possibilidade real.
“Ninguém gasta recursos chasing fantasmas sem motivo”, disse ele. Enquanto historiadores e céticos aguardam provas concretas, a história do suposto refúgio de Hitler na Argentina continua a intrigar, misturando fatos históricos com o apelo de um dos maiores mistérios do século XX.
Fontes: Documentos desclassificados da CIA, disponíveis em arquivos públicos. Reportagens sobre nazistas na América do Sul. Kershaw, Ian. Hitler: A Biography. Basti, Abel. Tras los pasos de Hitler.
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