A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN-NATO) alertou para a possibilidade de a Rússia estar planejando o uso de armas nucleares no espaço, uma medida que poderia desestabilizar sistemas críticos em todo o mundo.
Em entrevista ao jornal alemão Welt am Sonntag, o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, afirmou que a Aliança monitora indícios de que Moscou considera posicionar armamentos nucleares em órbita, com foco em atacar satélites.
Ele destacou que essa iniciativa representaria um avanço significativo nas capacidades espaciais russas, atualmente vistas como menos avançadas em comparação com as do Ocidente.
O eventual uso de armas antissatélites nucleares não teria como alvo a superfície terrestre, mas sim infraestruturas orbitais essenciais.
A destruição de satélites poderia interromper comunicações, navegação e serviços financeiros, causando impactos severos em escala global. “A dependência de sistemas satelitais é tão grande que um ataque desse tipo teria consequências devastadoras”, observou um analista de defesa em Bruxelas, que preferiu não se identificar.
Rutte também apontou que tal ação violaria o Tratado do Espaço Exterior de 1967, assinado por diversas nações, incluindo a Rússia, que proíbe a colocação de armas de destruição em massa no espaço.
Dados recentes do Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo (SIPRI) indicam que a Rússia possui o maior arsenal nuclear do mundo, com aproximadamente 5.580 ogivas, seguida pelos Estados Unidos, com cerca de 5.044.
Embora a maioria dessas armas esteja voltada para cenários terrestres, a possibilidade de adaptação para uso espacial preocupa especialistas em segurança internacional. “Estamos diante de um cenário onde a tecnologia nuclear pode ser reconfigurada para novos domínios de conflito”, afirmou uma fonte próxima à OTAN.
A Aliança tem intensificado esforços para proteger suas capacidades espaciais, investindo em satélites mais resilientes e compartilhando inteligência entre seus membros.
Rutte enfatizou a necessidade de adaptação diante dessas ameaças emergentes, enquanto a comunidade internacional observa com atenção os próximos passos de Moscou.
A crescente tensão no espaço reforça a importância de acordos globais para preservar a órbita terrestre como um ambiente livre de armas.