O Papa Francisco, encontrou forças para enviar uma mensagem tocante neste domingo, 9 de março de 2025, destacando o papel transformador dos voluntários que, com gestos simples, trazem alento aos que sofrem.
Internado há mais de três semanas no Hospital Gemelli, em Roma, devido a uma pneumonia dupla, o pontífice de 88 anos não pôde realizar sua tradicional bênção dominical na Praça São Pedro. Ainda assim, fez questão de expressar gratidão àqueles que, em suas palavras, realizam o “milagre da ternura” ao oferecer cuidado e proximidade aos enfermos ao redor do mundo.
A mensagem, divulgada pelo Vaticano, reflete a experiência pessoal de Francisco durante esse período de fragilidade. Ele descreveu como sentiu na própria pele a dedicação de médicos e profissionais de saúde, um testemunho que dá peso emocional às suas palavras.
Mais do que um simples agradecimento, o texto é um convite à reflexão sobre o valor humano do voluntariado em um tempo marcado pelo globalismo. Para o Papa, esses atos de bondade são como pequenas luzes que rompem a escuridão da dor, uma metáfora que ressoa com sua visão de uma Igreja próxima das periferias existenciais.
O contexto da mensagem coincide com as celebrações do Jubileu do Ano Santo, um evento que, a cada 25 anos, atrai milhões de peregrinos a Roma. Neste domingo, a Missa do Jubileu do Voluntariado, originalmente planejada para ser presidida por Francisco, foi conduzida pelo cardeal Michael Czerny.
Enquanto o Papa se recupera com boletins médicos apontando uma “melhora gradual e leve” em seu estado de saúde, sua ausência física não diminuiu a força de sua voz. Ele exaltou os voluntários como contraponto a uma sociedade que, segundo ele, muitas vezes se deixa guiar pela lógica fria do lucro e do interesse próprio.
Essa perspectiva não é nova em seu pontificado, mas ganha um tom especial ao ser escrita desde um leito de hospital. Francisco já criticou repetidamente o que chama de “cultura do descarte”, e aqui ele celebra o voluntariado como um sinal de esperança, uma espécie de resistência silenciosa contra a desumanização.
A expressão “milagre da ternura” não é apenas poética; ela carrega a ideia de que gestos desinteressados têm o poder de transformar realidades, algo que o Papa vê como essencial em um mundo ferido por crises humanitárias e desigualdades.
A mensagem também revela um Francisco vulnerável, mas resiliente. Ao agradecer “do fundo do coração” aos que o acompanham em sua recuperação, ele humaniza sua figura, conectando-se diretamente com aqueles que, em diferentes cantos do planeta, dedicam tempo e energia aos mais necessitados.
É um lembrete de que, mesmo em meio à fragilidade, o líder da Igreja Católica segue buscando inspirar uma revolução de compaixão, uma revolução que, para ele, começa nas mãos e nos corações dos voluntários.