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Pentágono: EUA Devem Proteger Canal do Panamá da China

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O Canal do Panamá, uma das vias mais estratégicas do comércio global, voltou ao centro das atenções internacionais com declarações recentes do chefe do Pentágono, Pete Hegseth.

Em sua visão, a proteção dessa passagem vital entre os oceanos Atlântico e Pacífico deve permanecer sob a influência dos Estados Unidos, e não da China como o país vermelho estava tentando.

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Hegseth enfatizou que garantir a soberania do Panamá contra o que chamou de “influência maligna” é uma prioridade, destacando a importância de manter o canal seguro e acessível a todas as nações.

A posição americana surge em um momento de tensões crescentes com Pequim, que, ao longo dos últimos anos, ampliou sua presença econômica na região. Empresas chinesas, como a CK Hutchison, sediada em Hong Kong, operam portos estratégicos nas entradas do canal, o que desperta preocupações em Washington sobre possíveis riscos à segurança.

Para Hegseth, a história do canal, construído com esforço americano no início do século XX, reforça o papel dos EUA como guardiões de sua estabilidade.

“Os Estados Unidos têm um compromisso com a neutralidade e a operação eficiente dessa rota”, declarou ele durante visita ao Panamá em abril de 2025

O governo panamenho, por sua vez, mantém firme sua posição de soberania, o presidente José Raúl Mulino já afirmou diversas vezes que o canal é um símbolo da independência nacional, conquistada plenamente em 1999, quando os EUA transferiram seu controle ao Panamá após décadas de administração. “Cada centímetro dessa obra pertence ao povo panamenho”, disse Mulino em resposta às pressões externas.

Ele rejeita qualquer insinuação de que forças estrangeiras, sejam americanas ou chinesas, possam ditar o futuro da hidrovia.

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Especialistas apontam que a disputa vai além de uma simples questão de segurança, o canal movimenta cerca de 5% do comércio marítimo mundial, sendo essencial para as economias dos EUA e da China, seus dois maiores usuários.

Dados da Autoridade do Canal do Panamá mostram que, entre outubro de 2023 e setembro de 2024, a China foi responsável por 21,4% do volume de carga transportado, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

Esse peso econômico dá a Pequim um interesse claro na região, mas não há evidências concretas de que o governo chinês interfira diretamente na gestão da via.

Para os EUA, a preocupação está na possibilidade de que a presença chinesa em infraestrutura crítica, como os portos de Balboa e Cristóbal, possa ser usada para fins de vigilância ou para pressionar o comércio em momentos de conflito.

Hegseth alertou que tal cenário comprometeria não apenas a segurança do Panamá, mas também a de toda a região, em contrapartida, autoridades chinesas, como o porta-voz da chancelaria Mao Ning, insistem que os investimentos de seu país no Panamá são puramente comerciais e não representam uma ameaça.

O debate reacende memórias de um passado conturbado, a construção do canal, concluída em 1914, foi marcada por uma intervenção americana que apoiou a independência do Panamá da Colômbia, em troca de direitos sobre a zona do canal.

Décadas de protestos panamenhos culminaram nos tratados Torrijos-Carter de 1977, que abriram caminho para a devolução da soberania. Hoje, o país busca equilibrar sua autonomia com as pressões de potências globais, enquanto moderniza a infraestrutura da hidrovia, que gerou quase 5 bilhões de dólares em 2024, segundo a Autoridade do Canal.

Analistas sugerem que a retórica de Hegseth pode ser parte de uma estratégia mais ampla do governo de Donald Trump, que tomou posse em 2025 prometendo conter a expansão chinesa na América Latina.

No entanto, uma ação militar para “retomar” o canal, como Trump já mencionou, seria improvável e enfrentaria resistência tanto no Panamá quanto na comunidade internacional. Para os panamenhos, a mensagem é clara: a soberania sobre o canal não é negociável, mas o desafio de navegar entre as ambições de Washington e Pequim permanece.

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