A população brasileira sentiu no bolso da alta nos preços dos alimentos em março, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Índice Nacional ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou aumento de 0,56% no mês, com o grupo de alimentação e bebidas liderando a pressão, ao avançar 1,17%. Esse segmento respondeu por cerca de 45% do índice geral, com impacto significativo de itens como tomate, café moído e ovos de galinha, que acumularam altas expressivas.
Segundo o IBGE, o tomate subiu 22,45%, enquanto o café moído teve elevação de 4,76%, pressionados por fatores sazonais, como chuvas irregulares no início do ano, que afetaram a produção agrícola em regiões como o Sudeste e o Sul.
O custo dos ovos também cresceu 7,12%, influenciado pela maior demanda no período que antecede a Páscoa. Esses números, conforme análise de especialistas consultados pela Gazeta do Povo, evidenciam a vulnerabilidade das cadeias de suprimento diante de condições climáticas adversas e do aumento nos custos de insumos, como fertilizantes e combustíveis.
Por outro lado, nem todos os setores contribuíram para a alta, a energia elétrica registrou queda de 2,98%, aliviada por bandeiras tarifárias mais favoráveis e pela redução no consumo em algumas regiões, o que ajudou a conter o avanço do IPCA.
Ainda assim, o impacto dos alimentos foi suficiente para preocupar consumidores e analistas, especialmente em um contexto de recuperação econômica lenta. Famílias de baixa renda, que destinam maior parte do orçamento à alimentação, sentiram o aperto com mais intensidade, enquanto varejistas relatam dificuldades para repassar custos sem perder vendas.
A alta generalizada, que atingiu todos os nove grupos pesquisados pelo IBGE, reforça os desafios do Banco Central em manter a inflação dentro da meta de 3% para 2025, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Economistas apontam que a pressão dos alimentos pode ser temporária, mas alertam para a necessidade de monitorar os preços internacionais de commodities e o comportamento do clima nos próximos meses, mas no Brasil, preço que sobe, jamais desce.
Enquanto isso, o governo enfrenta críticas por medidas insuficientes para conter a escalada de preços, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrando ações mais eficazes do Ministério da Agricultura, conforme noticiado pelo Poder360, mas, só piora.
O cenário de março expõe uma equação delicada: de um lado, a necessidade de proteger o poder de compra; de outro, os limites de intervenção em um mercado sujeito a variáveis globais e locais. Para os brasileiros, o aumento no custo da cesta básica é um desafio imediato, que exige respostas rápidas tanto do setor público quanto da iniciativa privada.