O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mencionou o Brasil em um discurso proferido ao Congresso na terça-feira, dia 4 de março de 2025, ao abordar sua política de “tarifas recíprocas” voltada para os parceiros comerciais do país. Durante a fala, ele destacou o Brasil como um exemplo de nação que, segundo ele, impõe barreiras comerciais significativas aos produtos americanos e tarifas muito acima dos valores cobrados pelos EUA.
Trump anunciou que essas novas tarifas, destinadas a equilibrar as relações comerciais, estão programadas para entrar em vigor em 2 de abril de 2025.
A medida é uma estratégia de pressionar países que aplicam taxas mais altas sobre exportações dos EUA, propondo um modelo em que as cobranças sejam espelhadas como forma de retaliação econômica.
Esse posicionamento de Trump não é novidade em sua retórica, mas ganha contornos mais concretos com a definição de uma data específica. A inclusão do Brasil nessa lista sugere uma percepção de desequilíbrio no comércio bilateral, algo que o presidente americano tem criticado abertamente desde sua campanha. Ele argumenta que nações como o Brasil se beneficiam de tarifas reduzidas ao exportar para os EUA, enquanto impõem custos mais elevados aos bens americanos em seus mercados. O presidente americano também destacou a Índia, que aplica tarifas de 100% sobre seus produtos, e a Coreia do Sul, com taxas altíssimas, apesar de toda a ajuda enviada pelos EUA, “sendo isso o que recebemos em troca“, comentou Trump

Embora dados específicos sobre o comércio entre os dois países não tenham sido detalhados no discurso, a intenção parece ser usar o peso econômico dos Estados Unidos para forçar uma renegociação ou ajuste nas políticas comerciais globais.
A escolha do dia 2 de abril como marco para a implementação dessas tarifas indica um cronograma acelerado, possivelmente visando resultados tangíveis antes do meio do ano. Para o Brasil, isso pode significar um impacto em setores-chave de exportação, como o agronegócio e a indústria de commodities, que dependem fortemente do mercado americano.
A abordagem de Trump, centrada na reciprocidade, reflete uma visão protecionista que busca fortalecer a produção interna dos EUA, mas também levanta questões sobre os efeitos em cadeia para economias interdependentes, como a brasileira, que podem responder com medidas próprias ou buscar diálogo para evitar uma escalada tarifária.