Na manhã de sábado, 26 de abril de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, realizaram uma reunião privada na Basílica de São Pedro, na Cidade do Vaticano, momentos antes do funeral do Papa Francisco.
A Casa Branca descreveu o encontro de cerca de 15 minutos como “muito produtivo”, destacando sua importância em meio às negociações para um possível cessar-fogo na guerra entre Ucrânia e Rússia, que já dura mais de três anos.
A reunião marcou o primeiro encontro presencial entre os dois líderes desde uma discussão acalorada no Salão Oval, em fevereiro, que aprofundou tensões entre Washington e Kiev.
Imagens divulgadas pela presidência ucraniana mostram Trump e Zelensky sentados frente a frente, em cadeiras vermelhas, imersos em uma conversa intensa dentro do ambiente solene da basílica.
Zelensky, em uma postagem nas redes sociais, agradeceu pelo “bom encontro” e expressou esperança de que as discussões levem a resultados concretos. “Falamos sobre a proteção do povo ucraniano, um cessar-fogo completo e incondicional e uma paz duradoura que evite novos conflitos”, escreveu, classificando o momento como “simbólico” e com “potencial para ser histórico”.
A presença de líderes como o presidente francês Emmanuel Macron e o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, que participaram brevemente do diálogo, reforçou a relevância geopolítica do encontro.
O funeral do Papa Francisco, que reuniu mais de 250 mil pessoas na Praça de São Pedro, incluindo cerca de 50 chefes de Estado, proporcionou um cenário improvável para a diplomacia. A guerra na Ucrânia, intensificada pela invasão russa em 2022, esteve no centro das discussões.
Na sexta-feira, Trump afirmou em sua rede social, Truth Social, que Rússia e Ucrânia estão “muito próximas de um acordo” e pediu reuniões de alto nível para “finalizar” um possível pacto de paz.
No entanto, a proposta americana, que inclui o reconhecimento de territórios ocupados pela Rússia, como a Crimeia, enfrenta resistência de Kiev. Zelensky insiste em garantias de segurança, como sistemas de defesa aérea Patriot, e rejeita concessões territoriais.
O encontro ocorre em um momento crítico. Na quinta-feira, Kiev sofreu o maior ataque aéreo russo desde julho de 2024, com 12 mortos, segundo autoridades ucranianas. Enquanto isso, enviados americanos, como Steve Witkoff, que se reuniu com Vladimir Putin em Moscou na sexta-feira, intensificam esforços para mediar um acordo.
Apesar do otimismo cauteloso, analistas apontam que a desconfiança mútua e as demandas conflitantes entre as partes dificultam um avanço imediato. Para os ucranianos, o encontro no Vaticano reacende a esperança de apoio contínuo dos Estados Unidos, enquanto Trump busca consolidar sua imagem como negociador global.
A reunião, embora breve, foi um raro momento de diálogo direto em um contexto de luto global pela morte do Papa Francisco, conhecido por seus apelos à paz na Ucrânia. Enquanto os líderes caminhavam para seus lugares na cerimônia fúnebre, a multidão aplaudiu Zelensky, um gesto que sublinhou o peso de sua presença.
Para Trump, a viagem a Roma, sua primeira ao exterior no segundo mandato, marcou um equilíbrio entre homenagem ao pontífice e a busca por soluções para um dos conflitos mais complexos da atualidade.
/ Post / Turquia / Istambul /