Enviado presidencial dos EUA afirma que ataque “ultrapassa os limites da decência”; Secretário de Estado Marco Rubio classificou-o como “horrível”.
Um ataque com mísseis balísticos russos à cidade ucraniana de Sumy, no último domingo, 13 de abril de 2025, deixou pelo menos 34 mortos, incluindo duas crianças, e 117 feridos, segundo autoridades ucranianas.
O bombardeio, ocorrido durante celebrações do Domingo de Ramos, atingiu o centro da cidade, destruindo prédios residenciais, lojas e uma universidade.
Enquanto líderes mundiais condenaram o episódio como uma violação do direito internacional, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, descreveu o ataque como “um erro”, gerando intensos debates sobre sua abordagem diplomática para o conflito entre Rússia e Ucrânia.
Falando a jornalistas a bordo do Air Force One, Trump afirmou que o ataque foi “terrível” e que lhe disseram que “houve um engano”, sem esclarecer quem forneceu essa informação ou os detalhes do suposto erro.
– Nas Redes Sociais –
Em seu perfil na Rede Social Truth, Trump disse que “Muitas pessoas estão MORRENDO, milhares por semana, em uma guerra terrível e sem sentido – Uma guerra que nunca deveria ter acontecido, e não teria acontecido, se eu fosse presidente!!!”
Ele acrescentou que considera a guerra russo-ucraniana, iniciada em 2022, uma tragédia e reiterou que ela não teria ocorrido durante seu primeiro mandato.
A declaração contrasta com as reações de aliados europeus, como o chanceler interino da Alemanha, Friedrich Merz, que classificou o bombardeio como “um grave crime de guerra, deliberado e intencional”, em entrevista à emissora ARD.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, expressou estar “horrorizado com os ataques russos a civis”, enquanto o presidente francês, Emmanuel Macron, acusou Moscou de desrespeitar “a vida humana e os esforços diplomáticos”.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, usou as redes sociais para exigir uma resposta global enérgica, destacando que o ataque demonstra a relutância russa em buscar a paz.
Ele convidou Trump a visitar a Ucrânia para testemunhar diretamente os impactos da guerra, reforçando que “o silêncio diante de tais atos apenas encoraja mais violência”.
O Ministério da Defesa russo, por sua vez, alegou que o alvo era uma reunião de comandantes ucranianos, mas não apresentou evidências, e o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, limitou-se a dizer que questões sobre o ataque deveriam ser dirigidas aos militares.
O episódio ocorre em um momento delicado para as negociações de paz, com os Estados Unidos, sob a liderança de Trump, intensificando esforços para um cessar-fogo. Enviados americanos, incluindo Steve Witkoff, reuniram-se com autoridades russas em São Petersburgo na sexta-feira anterior, mas os avanços seguem limitados.
Dados da ONU indicam que mais de 60 mil civis ucranianos morreram ou desapareceram desde o início do conflito, com milhões de deslocados.
A ofensiva em Sumy, a mais letal contra civis em 2025, segundo a Reuters, reacende preocupações sobre a escalada da violência em meio às tratativas diplomáticas.
Analistas sugerem que a postura americana, ao evitar críticas diretas ao presidente russo, Vladimir Putin, pode estar ligada à sua estratégia de manter canais abertos.
No entanto, líderes europeus, como o ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski, alertaram que a continuidade dos ataques russos mina a credibilidade das negociações.
A comunidade internacional pressiona por justiça, e a descrição do ataque como um “erro” por parte de Trump alimenta discussões sobre o papel dos Estados Unidos no conflito para a estabilidade global.
Fontes: Declarações de autoridades ucranianas e europeias citadas pela Reuters e BBC, além de comunicados do governo americano.